Em julho de 1841, uma jovem chamada Mary Rogers,
de 21 anos, foi encontrada boiando no rio Hudson, em Nova York. As pistas
indicavam que ela havia sido amarrada, violentada, estrangulada e depois jogada
na água.
Mary Rogers trabalhava numa tabacaria da
Broadway e era cortejada por atores, jogadores e jornalistas. Um desses
jornalistas era Edgar Allan Poe, editor do Evening Mirror e escritor de novelas góticas. Poe comprava
cigarros na tabacaria desde 1838 e conhecia muito bem a moça bonita que cuidava
dos charutos. Dezoito meses depois do crime, Edgar Allan Poe escreveu a novela
O Mistério de Marie Roget, que tinha como base o
Caso Mary Rogers, embora a ação fosse transferida para Paris, O detetive criado
pelo autor, Auguste Dupin, um predecessor de Sherlock Holmes, investiga o crime
e o atribui a um assassino solitário.
As especulações de Dupin-Poe se aproximavam
bastante das investigações verdadeiras, embora o escritor as desconhecesse
quando escreveu o livro, Mais um caso no qual a mente criativa desvenda, sem
querer, a realidade? Talvez.
Há conspirólogos que pensam o contrário. Segundo
eles, Poe conhecia os detalhes do crime porque ele era o assassino. Três dias
antes do ocorrido, Mary Rogers foi vista próxima ao Hudson, com um homem alto,
moreno, de aproximadamente 30 anos. Poe se encaixa perfeitamente na descrição,
embora fosse baixinho e pálido. Mas isso não desanima os teóricos da
conspiração. Segundo eles, a própria polícia de Nova York descobriu que o autor
era o criminoso, mas resolveu arquivar o caso para não chocar o mundo
literário. Como evidência, os conspirólogos apontam que Edgar Allan Poe gostava
de encher a cara e era obcecado pela idéia da dualidade do ser humano. Ao
morrer, em 1849, aos 40 anos, suas últimas palavras foram: “Deus ajude minha
pobre alma!".